quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

BPM | Fator Chave de Sucesso e Risco

Olá Pessoal,
Recebi um e-mail com uma dúvida bastante interessante, e acredito que respondê-la aqui no Blog pode ter um alcance maior e ajudar outros que estão com o mesmo questionamento. Portanto, a seguir transcrevo a pergunta original e em seguida a minha resposta.


Olá Gart Capote... Tudo bem?
Queria que, se possível, você me tirasse uma dúvida sobre alguns conceitos e também me fornecesse seu ponto de vista, porque já percebi que não há um consenso.
Há na literatura conceitos bem definidos de Fatores Críticos de Sucesso (FCS) e de Risco, como por exemplo:


Risco: "A probabilidade de ocorrência de perda / ganho multiplicado por sua respectiva magnitude.”


FCS: "Aquelas características, condições ou variáveis que, quando devidamente sustentadas, mantidas ou administradas, podem ter um impacto significativo sobre o sucesso de uma empresa concorrente na indústria em particular”.


Num ambiente de Gestão de Processos de Negócio (BPM), eles soam para mim como sinônimos, pois não consigo ver uma diferença explícita entre eles. Já que, se não gerenciar bem um risco ou um FCS há grandes possibilidades de algo dar em errado, por outro lado, se gerenciar bem há grandes possibilidades de algo ter sucesso.
Higor M.


Bom, vamos começar do começo.


Fatores Chave de Sucesso – FCS
Refinando o modelo estratégico de uma organização, desde a sua declaração de missão, e passando por seus objetivos executivos e estratégicos, chegaremos aos objetivos táticos – que devem declarar formalmente os resultados que devemos atingir em determinado período de tempo. Com a declaração dos objetivos táticos fica mais simples entender o que um FCS precisa representar. Um FCS nada mais é que a formalização do que a empresa precisa se esforçar mais em garantir que aconteça da melhor forma possível, mesmo em detrimento de outras ações, pois – provavelmente, o FCS terá um impacto consideravelmente superior no resultado total e na realização estratégica da organização. Este “fenômeno” também é reconhecido como princípio 80/20, onde 80% do resultado da análise é diretamente atrelado a apenas 20% do esforço em estudo.


Risco
Podemos – sucintamente – definir risco como resultado da probabilidade de ocorrência de um evento previsto, e o seu o impacto resultante. Tradicionalmente está diretamente associado a prejuízos financeiros dentro das organizações.


Voltando a questão original:


“Num ambiente de Gestão de Processos de Negócio (BPM), eles soam para mim como sinônimos, pois não consigo ver uma diferença explícita entre eles. Já que, se não gerenciar bem um risco ou um FCS há grandes possibilidades de algo dar em errado, por outro lado, se gerenciar bem há grandes possibilidades de algo ter sucesso.”


Num ambiente organizacional com prática de BPM, ou seja, com o gerenciamento dos processos de negócio, os processos precisam ser alinhados e orientados para promover a realização dos FCSs declarados no modelo estratégico da organização. Dependendo do objetivo estratégico, a organização pode – em determinado momento, optar por dar mais peso a determinados vetores desta mudança estratégica, e assim, melhorar os processos de relacionamento com clientes, reduzir a ocorrência de erros e retrabalho em processos de apoio, etc.
Em um ambiente organizacional praticante de BPM, os processos são os agentes promotores da realização dos FCS, e os Riscos operacionais precisam ser derivados da análise dos processos interfuncionais – não somente considerando os Riscos de atividades funcionais/verticais. Esta é uma grande mudança.
Além disso, em organização praticante de BPM, e que utiliza BPMS na operação e gestão de seus processos, cada atividade deve ser responsável pela garantia de sua própria qualidade desde o início do processo, e a capacidade de coleta, de salvamento e exposição de seus resultados de realização é chamada de monitoria de atividades de negócio (BAM Business Activity Monitoring).
Esta forma de monitoramento é uma ótima alternativa a análise de riscos tradicional e reativa, pois permite – inclusive – a tomada de decisão para mudança e antecipa a ocorrência de eventos fortuitos – chamado de gestão preditiva ou prognóstica.


Conclusão:
Não podemos considerar FCS e Risco como sinônimos.

  • Um FCS é uma decisão e orientação estratégica para o alcance dos resultados esperados.
  • Um FCS só pode ser alcançado com a melhoria e gestão de processos organizacionais.
  • Um Risco é uma evidência da incapacidade de controle sobre os eventos.
  • A probabilidade de ocorrência dos Riscos tende a diminuir drasticamente quando a empresa pratica BPM com as devidas ferramentas.
  • Em contra partida, a probabilidade de alcance do FCS aumenta consideravelmente quando da adoção de BPM e seu ferramental.

Então, respondida a questão?


Grande abraço para todos,
Gart Capote

Livro - Formação de Analistas de Processos

Olá Pessoal,
Estou escrevendo este breve post para responder coletivamente aos e-mails que venho recebendo sobre a data do lançamento do meu livro: 


BPM Vol 1 – Conhecimentos Essenciais para Formação de Analistas de Processos.

Estou com a última versão da capa “pronta”, e o conteúdo está em revisão de qualidade técnica (qualidade da informação) e copidesque (clareza no texto).
Continuo acreditando que teremos a obra disponível no mercado até abril, e claro, farei aqui no blog o primeiro comunicado oficial de lançamento. 

Para os leitores mais assíduos, e que estão cadastrados aqui no site, farei sorteio de algumas cópias.  Em breve voltarei para atualizar mais sobre o andamento.
Muito obrigado a todos pelo apoio durante toda essa jornada.

Grande abraço,

Gart Capote