Como transitar “magistralmente" entre processos, serviços, pessoas, tecnologias e experiências de clientes para viabilizar a modernização necessária nas organizações.
Sem dúvida, um dos grandes desafios do profissional atualmente.
Não estamos diante de um “compendium" ou qualquer fórmula irrefutável, mas sim, diante do resultado de muita análise, pesquisa e, por que não, ideação complementar. Ao final, estamos diante de um simples convite. Permita que eu explique melhor.
Tenho observado atentamente uma estranha “disputa" profissional que, infelizmente, vem sendo criada e nutrida internacionalmente pelas mais variadas formas de obtenção de atenção numa desesperada estratégia para criação de público.
- Disrupção x Gestão - quem ganhará essa batalha?
- Inteligência Artificial x Profissões “tradicionais” - o triste fim das profissões!
- Melhoria x Transformação - Estamos perdendo tempo buscando melhorias?
- Dinossauros x Unicórnios - Quem vai sobreviver?
Bom, resumindo minha opinião de maneira bastante rápida e objetiva:
Pelo amor das minhas calças jeans! Parem o mundo que eu quero descer.
Quando é que vamos entender que esse maniqueísmo pueril é algo negativo para todos os lados - tanto a luz quanto as trevas saem perdendo.
Não podemos orientar nosso pensamento de maneira tão booleana. Não somos máquinas… ainda.
Aliás, até podemos viver com esse pensamento restritivo e limitado, mas não parece uma das melhores alternativas.
Recentemente, uma certa senhora escreveu um livro que tem no seu título uma referência às mais variadas (50) tonalidades de uma mesma cor. Nem preto nem branco. Nossa vida é colorida, outras vezes cinza, em certos momentos quase translúcida… Considerando apenas a capa do livro dessa senhora, podemos dizer que a vida é isso mesmo - f**cking complex, baby!
Por qual motivo, hoje em dia, e em cada canto que se chega nessa internet, que tudo aceita e tudo venera, sempre encontramos alguém dando um prognóstico infalível sobre o futuro e, pior ainda, sempre nos deixando apenas com 2 alternativas igualmente ruins e excludentes?
Você quer fazer parte de um passado que está com os dias contado, ou quer seguir a nova tendência super cool?
Sua empresa é igual ao Google, Facebook, Apple, Netflix, Airbnb ou Uber?
Não?
Tsc, tsc, tsc*… Você já era!
* Onomatopeia daquele som de reprovação que as pessoas fazem com a boca em certos momentos. Vai, pode fazer aí… Não consegue? Tsc, tsc, tsc.
Fechando o parêntese nunca antes aberto, te pergunto. Precisamos tratar de tema tão complexo quanto estratégia organizacional, modelos de negócio, gestão, tecnologias e pessoas, com tamanha superficialidade?
E o resto dos mortais? E as empresas que não são exponenciais, disruptivas, inovadoras e com ideias incríveis em seus portfólios e gênios?
Me diga aí. Como é que, num país como o Brasil, que vive uma realidade alucinante e dicotômica, “suddenly" ficamos rodeados de “experts" em disrupção, inovação e entrega de experiências sensacionais?
Onde vocês estavam nesse tempo todo? Por favor, nos ajudem a arrumar essa bagunça, pois está difícil continuar… penso eu.
Finalizando, e sem querer parecer um velho resmungão (só velho), apenas gostaria de deixar registrado aqui meu convite para uma iniciativa que pretendo desenvolver e compartilhar com todos vocês.
Vou lançar uma série de artigos, vídeos e podcasts tratando do tema Gestão, Criatividade e Inovação.
Nessa série, vamos falar de processos (digitais ou humanos), foco do cliente (outside-in), jornada do cliente, gamificação, neuromarketing, criatividade aplicada, melhoria de serviços (privados e públicos) e outros temas relacionados.
Spoiler sobre o conteúdo:
Não serei disruptivo... e nem exponencial. Apenas real.
:p
Vou falar da mudança que acontece hoje, e, hoje mesmo, precisa ser endereçada em nossas atividades profissionais.
Vou encerrar esse singelo e, talvez, incompreendido convite, referenciando um trecho de um blog da Deloitte Internacional onde menciona uma necessária evolução profissional, mas de maneira bastante realista e objetiva.
"Business Experience Designer é uma função híbrida que transita perfeitamente entre a consultoria tradicional e ambientes mais criativos.
Em um único dia, esse profissional pode tratar de requisitos de sistema, mapear processos e, em seguida, conduzir pesquisas com Clientes e definir soluções digitais com novas estratégias."
Nos próximos artigos vou trazer para vocês:
- Princípios de Business Experience Designer
- Conhecimentos e Habilidades por Domínios
- Como o Business Experience Designer pode atuar e ajudar
- Elementos da Evolução Gradual e Complementar
Sendo assim, acompanhe e compartilhe. Ficarei muito grato.
Mas não é só isso.
Ao amigos e colegas do mundo da Gestão Por Processos (BPM), Lean, 6 Sigma, Design Thinking e outras mais:
Chegou a hora de entender nossa nova jornada e planejar os próximos passos. É como digo a todo o momento para os colegas do Brasil, dos EUA e da Europa:
"Já está na hora de entender o Design Organizacional de maneira integrada, interfuncional e interorganizacional. Só assim teremos o olhar necessário para construção de melhores processos digitais, com valorização e engajamento humano e entrega de excepcionais experiências para os clientes.
Acredito que a grande (r)evolução humana não virá da inteligência artificial, mas da nossa capacidade empática e criativa em criar o mundo necessário."
Em 2007 eu era membro da ABPMP International (Chapter de Tampa Bay - Florida) e acreditava muito na proposta de valor dessa incrível disciplina de gestão e já acreditava muito na associação que a lidera até hoje.
Em 2008 convoquei colegas no meu blog de BPM para me ajudar a estabelecer o chapter da ABPMP no Brasil.
Desde 2014 a ABPMP Brasil é o maior chapter do mundo!
Esses resultados não são alcançados com o trabalho de pessoas isoladas ou sem alinhamento de propósitos. A união de pessoas sensacionais viabiliza esse resultado extraordinário e ímpar.
Entender que ainda temos muito o que fazer é dar continuidade nas ações necessárias e permitir que esse país avance de maneira estruturada e sustentável.
A ABPMP Brasil, o PMI e diversas outras instituições, capazes de unir profissionais, e não “videntes”, são as engrenagens desse motor que não pode parar.
O Business Experience Designer não deve ser entendido como mais uma “buzzword”, pois é uma função profissional para quem domina esses conhecimentos (projetos, pessoas, processos, tecnologias, serviços e experiências) e valoriza uma evolução continuada e sem fim. É o lifelong learning experience aplicado na prática.
Nunca duvide da capacidade de realização de um povo. Só precisamos unir as pessoas por um propósito nobre e com aplicação real, prática e imediata.
Até breve!
Gart Capote
P.S.
Aos meus mais de 3100 queridos ex-alunos do curso de formação de analista de processos, uma boa notícia:
Preparem-se, pois a evolução da sua função já começou e virá acompanhada de um grande reposicionamento organizacional. Está na hora de tratar das experiências organizacionais e dos clientes. Vocês serão os mensageiros e viabilizadores dessa incrível e positiva mudança. Estaremos juntos nessa jornada!
P.S. 2
Já ouviu os podcasts? https://soundcloud.com/gart-capote/
P.S. 3
Artigo com muitas palavras em inglês... Sorry.
Um comentário:
Parabéns pelo post. Adorei a passagem: "...Em um único dia, esse profissional pode tratar de requisitos de sistema, mapear processos e, em seguida, conduzir pesquisas com Clientes e definir soluções digitais com novas estratégias."
Descreveu um pouco da minha semana, hehehehe
Ansioso pelos próximos artigos!
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