segunda-feira, 1 de julho de 2013

Recordar é Viver

Recordar é Viver.

“... Uma favela - agora chamada de comunidade na tentativa de minimizar a terrível realidade vivida pelos seus moradores – é um local onde as classes mais pobres vivem. Nas favelas não se tem escolas, hospitais, saneamento básico, calçamento, luz, órgãos públicos, segurança e principalmente, o morador de uma favela não recebe do seu governo, e da população em geral, a dignidade mínima necessária para qualquer ser humano. Ninguém gosta de viver à margem da dignidade. Alguns se acostumam, e por necessidade, aceitam.

Você acha que os moradores do Complexo do Alemão estavam ansiosos para ter um TELEFÉRICO alegórico como meio de transporte?
Eu posso apostar que não.

Tenho quase certeza de que o pai de família que cria seus filhos no complexo do alemão gostaria mesmo era de ver seus filhos saindo de lá. Não para outra favela, presídio ou cemitério.
Mas, que seus filhos saiam da favela devido ao seu próprio mérito e movidos pela ascensão social por eles alcançada.

Como isso seria possível?

Se os investimentos fossem realmente preocupados com a eliminação das favelas pela ascensão social, teríamos muitas escolas, professores, médicos, hospitais, creches, segurança, infraestrutura, saneamento básico e tudo mais que temos acesso quando fora das favelas.
Resumindo essa triste história, pense no investimento que foi feito para se colocar um teleférico atravessando favelas, becos e esgotos a céu aberto – que por lá ainda existem. Foi um projeto milionário e que levou muitos anos para ser concluído.
Hoje, além desse “ponto turístico” de gosto duvidoso que o teleférico se tornou, o que sobrou foi uma população carente de atendimento e com as mesmas necessidades anteriores à chegada do desengonçado, espaçoso e custoso elefante branco. Além disso, para utilizá-lo mais de duas vezes ao dia, o pobre morador ainda precisa pagar - novamente.

Você acha que o governo realizou um bom trabalho gastando milhões de reais para entregar esse teleférico?

Você acha que o cidadão, morador do local, recebeu o que realmente precisa e valoriza?

Não vou entrar em questões de corrupção e desvios de caráter, mas sou levado a crer que – no mínimo – o governo vem constantemente esquecendo qual é o seu negócio.
Pior ainda, os governantes não estão preocupados em entregar valor para seus Clientes – Nós, os brasileiros.

Nós não precisamos de teleférico em favelas.
Nós não precisamos de barracos coloridos na entrada da favela.
Nós não queremos ter favelas para o governo adornar.

Quando me perguntam o que é BPM, e isso acontece quase que diariamente, sempre fico na dúvida de como responder de forma clara e definitiva.

Não vejo utilidade alguma em responder essa pergunta desferindo uma série de acrônimos, e tantos outros termos que somente os profissionais da área seriam capazes de entender.

Acredito que já está mais do que na hora do nosso país entender o que BPM realmente pode significar para a nossa realidade.

Sim. BPM é uma disciplina de gestão, mas não apenas isso.
BPM é a mais verdadeira insatisfação dos Clientes – nós todos, estruturada e traduzida em conceitos, técnicas, tecnologias e ações para a transformação social e organizacional que tanto precisamos.

Quando você pensar no Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM), não pense apenas em diagramas, procedimentos, tecnologias, custos e lucro. Isso é só uma parte. É muito pouco.

Pense em BPM como uma mudança de mentalidade, e que esta mudança, cada um de nós irá desenvolver e levar para o nosso cotidiano na forma de ações holisticamente responsáveis. Sempre.

Será que me fiz entender?”

... Trecho do meu 2º livro - lançado em março de 2012 - "BPM para Todos".


Participe da criação da nova obra: 

"Medição de Valor de Processos para BPM"
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